domingo, janeiro 03, 2010

Uma estória singela

Certo dia na vida de um jornalista nem um pouco famoso, em determinado momento ela piorou de vez.

Leitor assíduo de contos de bruxaria (só por lazer), foi buscar ajuda para melhorar esta sagrada vida inútil que estava vivendo.

Achou dentro de um sebo, um livro marrento, sujo, rasgado, sem capa, faltando algumas vinte e tantas páginas. Alí ele localizou uma velha receita: pedir ajuda ao cramunhão. Foi isso que ele fez: OOHH, grande mestre, ilumine e melhore minha vida, que pare de chover só em mim, em troca leve minha alma mais tarde, bem mais tarde, quero gozar antes... Ascendeu as velas, os incênsos (minha vizinha diz que incenso é bruxaria) sangrou o frango do quintal ao lado dentro de uma bacia de plástico, folhas de erva cidreira, datura e hortelã seca, disse as falas, encerrando o ritual.
Dois dias se passaram, e uma bomba de fumaça se espalhou na sala, dentro da fumaça, saiu, um gordo, velho, ranheta, pigarreando o tempo todo, com um casaco da guerra da Prússia, fumando um cachimbo loco, e chegou vomitando, passando mal, dizendo: estas passagens já não aguento mais, das últimas vezes, passei mal tive até que me internar. Tens uma cama aí para eu descansar? Perguntou o velho viajante do tempo, logo mais faremos negócio, vamos fazer um contrato, vou dormir um pouco, quando acordar traga-me um chá... Dois dias depois sem se levantar da cama, nasce uma verruga em seu nariz, vomitando e passando mal, nosso jornalista entra em ação, perguntando: Como é? Vamos negociar? A resposta veio cheia de tosse, traga-me o fósforo quero ascender este cachimbo, traga um chá que logo vamos conversar, em seguida desmaiou, e a verruga não parava de crescer. Quatro dias após sua chegada, ele disse que estava ainda muito mal, e a verruga crescia... tossiu, tossiu e logo dormiu. Estamos no sexto dia, lindo sol, manhã de primavera, uma verruga enorme saiu debaixo das cobertas e cafungou. Deu dois espirros e o visitante sucumbiu, suas últimas palavras: Estou morrendo... e morreu ! ! ! Moral da estória: Cuidado com quem faz negócio, pois ele pode estar pior do que você...

Inspirado em uma HQ, das minhas coleções, que tive a audácia de levar para dentro do meu casamento, jurando guardar para quando meus filhos nascessem. Aprendendo e se divertindo, eles preferiram se divertir com o pai.

Paulo Cesar Troiano, conhecido como Paulao rock 'n' roll, contador de histórias, muito prazer.

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Poema Mário de Andrade -