domingo, janeiro 03, 2010

Gil engendra


Gil engendra em Gil rouxinol lá pelos anos 1975 perambulava lindo, leve e solto tropicalheando de galho em galho pela florida Curita. Com sua sandalinha de manchão de pneu de caminhão, toda trançada de fitas de couro seco, ia de casa em casa cantando sua canção que dizia sou louco mas não sou maluco não, que besteira sô.
Até que um dia ele bateu de frente com a rapaziada do pimentell. Aí então as coisas ficaram mais coloridas e trançadinhas. As meninas do pimentell & pilikin fizeram de sua juba de leão, um emaranhado de dred's, e aí ele nunca mais foi o mesmo, que besteira cara.
Em 2007 encontrei Gil no Fórum Cultural Mundial, realizado no Rio de Janeiro, organizado pelo ministério da cultura, onde ele brilhou prometendo cultura com menos de 1% da verba de Brasilia. Chegou a levar o presidente até a Nigéria para pedir desculpas por sermos o ultimo país a libertar os escravos. No Forum ele questionava : Temos o melhores palcos, as maiores aparelhagens profissionais, os excelentes músicos, como faremos para atrair o público ? Respondi em silêncio, pipoca algodão doce e água gelada para o público de graça. Seu irmão que estava na cabeça da produção ficou azul-alemão na hora, é isso mermo bixin, coisa de doido, disse ele, que besteira.
ENSAIO GERAL de Gilberto Gil, caixa fabulosa contendo 10 títulos com 12 cd's entre velhos sucessos, grandes lançamentos históricos e faixas inéditas, e fabulosos ao vivo. Acompanham esta caixa metalizada, uma fita igual a do nosso senhor do bonfim, levando o titulo da caixa, um book majestoso, impar, confecção esmerada, totalmente de luxo, textos em ingles-brasil, contando tudo ou quase tudo, com um uma tira de fotos da época dos lp's. Tem um cd bônus com 2 medleys ao vivo no Teatro Tuca-SP, em 1974, um cristal raro intitulado Que Besteira. As canções editadas nos 11 cd's vem do periodo de 1967 até 1977. Lançamento da caixa é para 1998. Raspando tudo quanto é cofre, baús e porões de studio por onde Gil passou. Nada escapou, com certeza. Tem um cd com os mutantes é a obra prima máxima dessa caixa de luxo. Tem duas musicas , Can't find my way home e a título da banda Blind Faith, homenageando Steve Windwood. Banda que nasceu depois que Clapton largou o Cream e Windwood deixou o Traffic, se uniram com mais duas figuras fizeram o Blind Faith que parou no primeiro Lp, proibido pela capa que tinha uma garotinha de doze anos nua brincando com um aviãozinho.
Jimmy Hendrix, e Chuckberry Fields Forever tambem são homenageados, muita coisa gravada em Londres, Gal, Dominguinhos, Maestro Rogério Duprat, João Donato, Cat Stevens, Nara Leão, Caetano Veloso, Jorge Benjor, banda Beat Boys, do grande Tony Ossanah que esteve na Colher de Chá, Lenny Gordin, Bruce Henry, Eric Clapton, todos presentes nesta obra quando ele e Caetano foram convidados a se retirarem do Brasil, em um rabo de foguete no ano de 1969 por causa de uma musica de um tal de louro verde, da Rita Lee.
Gil lançou uma obra imortal, que deveria estar em todos os colégios, todas as rádios, tocando em todos os vira e mexe's das latas. Hei mulata elite do café, ouviu o bater das latas da fé. Parabéns ,Gil merece esta obra com todo louvor. Um dia terei a minha caixa, então o Azylo vai tocar para todas as latas do planeta, e até lá no Mars Hotel. Como sabes o Azylo não é para malucos não, é só para locos.

Agradecimentos :
André Galvão (hoje secretário da cultura de Jaú-SP.) que decidiu que tinha que ser eu para ir ao Forum.
Hugo Pedra por ter cedido gentilmente a caixa.
Colher de Chá - 1º Festival ao vivo de Rock no Brasil - 12/13/Fevereiro /1973
Mars Hotel - Inspiração p/ Azylo Hotel - 3º album dos 123 títulos do Grateful Dead

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